Exército israelita mantém-se em território sírio durante o inverno
- 13/12/2024
"Por causa do que está a acontecer na Síria, manter o cume do Monte Hermon é uma questão de segurança de grande importância", disse Katz aos soldados israelitas estacionados na área na quinta-feira, de acordo com um comunicado emitido hoje pelo seu gabinete.
A ordem exige que Israel construa "instalações apropriadas" para manter uma presença militar durante o pico do inverno, referiu o mesmo comunicado.
O exército israelita deslocou-se para a zona desmilitarizada dos Montes Golã, ocupada em grande parte por Israel desde a guerra de 1967, na sequência da queda do regime sírio de Bashar al-Assad, no domingo, perante uma ofensiva relâmpago dos rebeldes islamitas.
O destacamento, que as autoridades israelitas dizem ser temporário, foi criticado por alguns países árabes e pela ONU, cujo secretário-geral, António Guterres, afirmou na segunda-feira que se tratava de uma violação do acordo territorial de 1974 entre Israel e a Síria.
O país defende a sua decisão de proteger as comunidades fronteiriças israelitas face à instabilidade no país vizinho.
Num comunicado divulgado na tarde de hoje, as forças israelitas explicaram ter encontrado "mísseis antitanque, coletes militares, munições e equipamento militar" durante a sua intervenção na zona fronteiriça, e partilharam imagens das armas localizadas.
Também disseram que a Brigada 474 do exército, que inclui engenheiros, paraquedistas e soldados das forças especiais, está a "reforçar a barreira" na fronteira síria e a realizar "missões defensivas" na área, sem dar mais detalhes.
Para além da sua presença na zona desmilitarizada, Israel bombardeou, nos últimos dias, grande parte do armamento do regime deposto de al-Assad em diferentes pontos da Síria e afirma ter destruído cerca de 80% das suas capacidades estratégicas, a fim de evitar que sejam utilizadas no futuro por forças hostis.
Os Montes Golã são um planalto estratégico que Israel ocupou durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexou formalmente em 1981, um ato não reconhecido pela comunidade internacional.
Este território montanhoso de cerca de 1.300 quilómetros quadrados faz fronteira com a Jordânia e o Líbano.
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